Postado por Flávia Kantorowitz Battaglia - n˚10 - 7˚A


Patativa do Assaré, cujo nome verdadeiro era Antônio Gonçalves da Silva, foi um poeta popular, além de compositor, cantor e improvisador, que se destacou na música nordestina do século XX. Ele produziu também literatura de cordel e foi um dos mais importantes representantes da cultura popular do nordeste.![]() | |
| O pássaro que emprestou o nome ao artista |
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| Cidade Natal |
Ele era filho de agricultores e teve uma infância difícil. Aos quatro anos de idade ficou cego de um olho por causa de uma doença e aos oito anos, quando seu pai morreu, começou a trabalhar no cultivo da terra para ajudar no sustento da família.Patativa frequentou a escola apenas por alguns meses, quando foi alfabetizado, aos doze anos de idade. A partir de então, começou a escrever seus próprios versos e pequenos textos. Aos dezesseis anos, ganhou da mãe uma viola e começou a cantar repentes e a se apresentar em pequenas festas na sua cidade natal. Aos vintes anos, ele passou a viajar por várias cidades nordestinas para se apresentar como violeiro.
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| A casa de Patativa, em Assaré |
Chegando o tempo do inverno,
Tudo é amoroso e terno,
Sentindo o Pai Eterno
Sua bondade sem fim.
O nosso sertão amado,
Estrumicado e pelado,
Fica logo transformado
No mais bonito jardim.
Neste quadro de beleza
A gente vê com certeza
Que a musga da natureza
Tem riqueza de incantá.
Do campo até na floresta
As ave se manifesta
Compondo a sagrada orquesta
Desta festa naturá.
Tudo é paz, tudo é carinho,
Na construção de seus ninho,
Canta alegre os passarinho
As mais sonora canção.
E o camponês prazentero
Vai prantá fejão ligero,
Pois é o que vinga premero
Nas terras do meu sertão.
Em 1956, publicou seu primeiro livro de poesias: “Inspiração Nordestina”, onde retratou, com criatividade, aspectos culturais do homem simples do sertão nordestino.Patativa escreveu vários outros livros que também fizeram muito sucesso e publicou inúmeros folhetos de cordel e poemas em revistas e jornais nacionais. Trecho do poema “Cante lá que eu canto cá“:
Poeta, cantô de rua,
Que na cidade nasceu,
Cante a cidade que é sua,
Que eu canto o sertão que é meu.
Se aí você teve estudo,
Aqui, Deus me ensinou tudo,
Sem de livro precisá
Por favô, não mêxa aqui,
Que eu também não mexo aí,
Cante lá, que eu canto cá.
Você teve inducação,
Aprendeu munta ciença,
Mas das coisa do sertão
Não tem boa esperiença.
Nunca fez uma paioça,
Nunca trabaiou na roça,
Não pode conhecê bem,
Pois nesta penosa vida,
Só quem provou da comida
Sabe o gosto que ela tem.
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| Patativa do Assaré comemorando 80 anos |
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| Os netos do casal |
Ele foi casado com D. Belinha, com quem teve nove filhos. Parou de escrever aos 91 anos de idade, pois segundo ele: “ao longo de minha vida, já disse tudo que tinha de dizer ”. Ele morreu em 8 de julho de 2002, aos 93 anos, na sua cidade natal.
Bibliografia
Sites, consultados em 14/08/2010:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Patativa_do_Assaré
http://www.tanto.com.br/Patativa.htm
http://www.suapesquisa.com/biografias/patativa_assare.htm
http://www.revista.agulha.nom.br/anton.html
http://www.fisica.ufpb.br/~romero/port/ga_pa.htm
http://www.palavrarte.com/artigos/artigos_sylviedebs.htm






